08 março 2006

Quem é Diferente?

Pedro é um menino diferente. Enquanto todos jogam bola e videogame, ele gosta de cozinhar. Começou aprendendo ovo mexido para o café da manhã e hambúrguer para o lanche e hoje ele cozinha até feijão. E dizem que é melhor que em restaurante.

Ana também é uma menina diferente. Enquanto todas as meninas do colégio gostam de ir ao shopping, comprar roupas, ver cinema e paquerar, ela só quer saber de jogar bola com os meninos. Em vez de se arrumar com batom e maquiagem, ela põe logo a chuteira e se joga na lama, para o desespero da máquina de lavar roupa da mãe.

Ana e Pedro são diferentes dos outros e por isso os colegas os tratam muito mal. Os meninos tiram sarro de Pedro porque acham que cozinhar é coisa de avó. As meninas dizem para Ana que jogando bola ela nunca vai arranjar um namorado.

Um dia, depois de jogar futebol a tarde inteira, a Ana encontrou o Pedro perto de uma árvore comendo um sanduíche delicioso que ele mesmo havia preparado. Morta de fome depois de três partidas, ela pediu um pedaço e os dois começaram a conversar. Ana então percebeu que não era a única que se sentia diferente e Pedro também. Conversa vai, sanduíche vem, eles ficaram muito amigos.

Depois de muitos dias, muitos sanduíches e muitas conversas ao pé da árvore, eles começaram a observar que outros colegas também tinham alguma coisa de diferente: o Luiz é gordinho, a Mariana só ouve música esquisita, o João, sem seus óculos, não enxerga nem sequer o próprio nariz, a Juliana passa o dia inteiro desenhando e não presta atenção nas aulas, e assim por diante.

Juntos, Ana e Pedro concluíram que todos nós temos algo de diferente e que isto é o que nos faz ser quem somos. A partir desse dia, sempre que alguém reclama ou faz graça do jeito de ser deles, eles não ligam, porque aprenderam a gostar das próprias diferenças.

Março de 2005

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